Observe o movimento dos planetas


Lua, Vênus, Júpiter

Se alguma informação sobre os planetas, útil, prática e emocionante, foi passada a você pela sua escola nos primeiros anos de seus estudos, considere-se uma pessoa privilegiada. A regra geral é que nos obriguem a memorizar os nomes desses astros, sem jamais ficar sabendo se eles existem de fato no mundo real, fora dos livros.

Talvez por terem um primeiro contato com a Astronomia num nível abstrato, rasteiro e desinteressante, as pessoas cresçam sem cultivar o costume de observar as maravilhas do céu, ignorando quanto perdem com isso. Assim, fenômenos de grande beleza e raridade passam despercebidos, como a ocultação simultânea de Vênus e Júpiter pela Lua na madrugada do dia 23 de abril de 1998 (foto), vista por poucos. Há citações de casos de pessoas que, durante os preciosos segundos de totalidade em eclipses solares, permaneceram dentro de suas casas, realizando tarefas habituais.

A falta de conhecimentos gera a insensibilidade e, por fim, o desrespeito. É por essa razão que vemos hoje o crescimento vertiginoso da poluição luminosa urbana, causada pelo desperdício de luz que é pago pelo povo e usado como propaganda política. Devido ao brilho artificial e desnecessário do céu noturno, cresce a ignorância do Universo por parte das pessoas comuns, que quase não olham mais para cima, causando um ciclo vicioso de resultados muito tristes.

A Escola precisa mudar. Com o acesso à Internet fica fácil obter dados sobre as posições dos planetas em datas e horários específicos. Alguns programas de computador, como o SkyGlobe, podem tornar a caçada aos astros bem mais interessante para os alunos. A comunicação rápida com pessoas já experientes também pode facilitar essa busca. Enfim, tirar as crianças das salas de aula e promover atividades práticas é a melhor solução para a maioria dos problemas que temos hoje na Educação.

Mas, afinal de contas, será que os planetas podem ser vistos no céu noturno a olho nu? A resposta é... SIM! A maioria. Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são visíveis sem dificuldade. Urano está ao alcance de um binóculo 7x50, enquanto uma boa luneta ou telescópio para principiantes nos mostra Netuno. Um fato curioso, capaz de gerar ótimas atividades escolares, é que Vênus pode ser percebido a olho nu durante o dia claro, o que já fez muita gente boa pensar que viu um disco voador.

Como fazer para localizar os planetas? Um bom modo é se conseguir um Atlas do céu, com os mapas detalhados das constelações. Os planetas não são registrados nesses mapas, porque se movimentam em relação às estrelas. Ao compararmos os mapas com as estrelas do céu, será mais fácil perceber algum ponto luminoso de brilho forte sobrando entre elas. Uma outra dica é que a Lua passa "perto" de cada planeta a cada volta que ela dá em torno da Terra. Basta saber quando essas conjunções ocorrem, olhar para cima e procurar pelo planeta ao lado da Lua, quando ela própria estiver visível. Na seção de fenômenos da página principal estão os links para as tabelas com esses dados para um período de cinco anos.

Mãos à obra. O céu não pode esperar.



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