O projeto do Observatório


Algumas pessoas escrevem a mim procurando saber como fiz o Observatório, se eu tenho o projeto de engenharia, etc. Infelizmente, não possuo nenhuma documentação formal que possa ser usada como orientação para a construção de outros observatórios semelhantes. Por isso, deixo aqui algumas fotografias, (desenhos e outras dicas, futuramente) que podem ajudar a esclarecer os detalhes de sua construção.

O telescópio foi comprado pronto, em abril de 1995, do saudoso amigo Leonel Vianello, de Araraquara. Ficou desmontado e sem uso por mais de 1 ano, aguardando o final da obra. A parte de alvenaria foi feita pela turma do Alberico. A cúpula foi construída em 1996, em Uberlândia, após algumas reuniões técnicas com os corajosos Zezé e Hernandes, que aceitaram encarar o desafio. Fizemos somente alguns esboços em rascunho, para orientação dessa montagem tão incomum, armada em ferro e coberta com fibra de vidro. Nada se salvou da papelada utilizada. Embora minha idéia original para a cúpula fosse o formato poliédrico, uma conversa por telefone com o astrônomo Nelson Travnik me convenceu a adotar o modelo tradicional, usando a metade de uma superfície esférica.

O telescópio foi colocado sobre a montagem equatorial no sábado, 13 de julho de 1996, com o incentivo e a ajuda do amigo Herik Mauerberg, quando fizemos os primeiros testes. No dia seguinte, data que considero de inauguração, recebi a visita da professora Maria Eunice Genari Silva, de seu marido Antenor e de sua filha Marina, para uma observação diurna de Vênus. A partir daquele dia, milhares de pessoas têm visitado o Observatório a cada ano, principalmente estudantes das escolas de Uberlândia e região.

É muito triste ver que o problema da poluição luminosa continua presente, crescendo e prejudicando cada vez mais a visibilidade do céu noturno. Por outro lado, é bom saber que a campanha iniciada aqui teve efeito em outras cidades do Brasil. Se algumas pessoas influentes tivessem me ouvido há muitos anos, teríamos sido pioneiros no tratamento dessa forma de agressão ao meio ambiente que é tão inútil quanto cara.

Quem tiver planos para a construção de um observatório como o meu, instalado em área muito iluminada, deve primeiro trabalhar contra a poluição luminosa, conscientizando os responsáveis pelo planejamento urbano, porque o céu noturno, como objeto de estudo dos astrônomos, está caminhando rapidamente para a extinção.


Roberto F. Silvestre
21 de junho de 2005



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