Carta à Cemig


Uberlândia, 28 de junho de 1998

Prezados Senhores

Em virtude de estarmos procurando diminuir o nível de iluminação do céu noturno para garantir a continuidade das atividades do Observatório Astronômico de Uberlândia, gostaríamos de conhecer as opções que a Cemig apresenta para a iluminação pública. Seria possível obtermos um catálogo de luminárias? De quais fabricantes a Cemig adquire esses produtos?

O Observatório foi aberto há dois anos, oferecendo visitas às escolas, que trazem seus alunos para aprender Astronomia. São feitas pesquisas e observações cujos dados são reportados para centros de informações em outros países. O Observatório é uma instalação cadastrada como estação de dados do ILOC, no Japão. Trabalhamos também com astrofotografia, atividade que tem sido a mais prejudicada pela iluminação dispersiva que utilizamos em nossa cidade.

Havendo outros projetos de observatórios em andamento aqui na região e conhecendo a necessidade da rápida expansão de nossa área urbana, gostaríamos de obter uma solução que evitasse o agravamento da poluição luminosa. Consultando a literatura sobre o assunto, parece-nos indicada a adoção de luminárias do tipo full cutoff, por não emitirem luz para cima e para além da área a ser iluminada, concentrando o feixe e evitando o desperdício de energia elétrica e de dinheiro público.

As luminárias desse tipo, que temos instaladas em algumas avenidas, são boas mas, certamente, de preço muito elevado. São grandes, rasas e fechadas com vidro plano e horizontal. Precisaríamos adotar uma solução mais simples, que não encarecesse a obra, caso contrário não haveria como justificar uma nova proposta para a iluminação pública.

A urgência das providências torna-se necessária devido a um loteamento muito próximo ao Observatório, situado no extremo sudoeste da cidade, região que ainda não teve o céu substancialmente danificado pelo excesso de luz.

Contando com a colaboração dos senhores e sem mais para o momento, aguardamos resposta para que possamos dar andamento ao nosso projeto.

Atenciosamente,

Roberto F. Silvestre
Observatório Astronômico de Uberlândia



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