A poluição do céu noturno


O meio ambiente não é somente verde. O azul também faz parte dele, e, com mais importância ainda, o azul escuro do céu noturno, salpicado de milhares de estrelas, de planetas, nebulosas e galáxias, de meteoros, asteróides e cometas.

Poucas pessoas olham para o céu hoje em dia, pouquíssimas compreendem a sua importância e quase ninguém se preocupa com a sua preservação para as futuras gerações, mesmo sendo ele um patrimônio natural rico em variedade e capaz de nos dar respostas às perguntas mais fundamentais sobre a nossa própria existência.

Sob o aspecto religioso, o Universo é a obra de Deus. Existe para abrigar a vida e permitir que ela evolua, biológica e espiritualmente, por todos os lugares onde ela seja capaz de desenvolver-se. É, portanto, algo sagrado, belíssimo, merecedor do respeito e da admiração de todos.

Mas alguns seres humanos são muito orgulhosos e egoístas. Ocupados demais com eles mesmos, sentem-se no pleno direito de destruir tudo, inclusive a Natureza, desde que tenham algum lucro pessoal. Envenenam o ar que respiramos e a água que bebemos, queimam nossas florestas e matam os animais que nelas residem. As outras pessoas e o futuro do planeta não lhes causam a mínima preocupação. Eles têm o poder capaz de tornar o mundo bem melhor, mas o utilizam apenas em benefício próprio. Têm o dom da palavra, mas mentem. Têm o dom da escrita, mas assinam sentenças de morte para o meio ambiente, profissões e projetos de vida.

Cresce em todo o mundo a preocupação com a perda da visibilidade do céu noturno, causada pelo absurdo desperdício de luz que ocorre em nossos centros urbanos. Mas o que podemos fazer para dar um futuro digno à Astronomia, se as pessoas capazes de resolver esse problema ambiental irresponsavelmente se omitem?


Roberto F. Silvestre
4 de junho de 2000



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