Costuma-se afirmar que ao meio-dia ficamos sem as nossas sombras, porque o Sol se coloca no alto do céu (Zênite), mas isso não é verdade. Dependendo da localização do observador, esse fenômeno poderá ocorrer em dois dias do ano, em apenas um, ou nunca.
Por que os trópicos são paralelos especiais? Porque delimitam na superfície terrestre uma região que pode ter o Sol na vertical. Cidades situadas entre os trópicos terão o Sol no Zênite em dois dias do ano. Cidades situadas exatamente num dos trópicos, terão o Sol no Zênite em apenas um dia do ano (início do verão). Cidades ao norte do Trópico de Câncer ou ao sul do Trópico de Capricórnio jamais terão o Sol no Zênite.
Uberlândia, por exemplo, está na região entre os trópicos. Nela, o Sol passa no Zênite no dia 17 de novembro (às 12:55 do horário de verão) e no dia 25 de janeiro (às 13:25 do horário de verão). São Paulo está situada no Trópico de Capricórnio e tem o Sol a pino no dia 22 de dezembro (às 13:02 do horário de verão). Porto Alegre, que está bem para fora da faixa dos trópicos, jamais terá o Sol exatamente no Zênite.
É claro que a trajetória do Sol no céu varia pouco de um dia para outro. Assim, se você quiser ver o Sol no Zênite para fazer testes com as sombras, é bom saber que o horário tem mais influência que a data. Se você perder a data, tente novamente no dia seguinte, no mesmo horário. Outro detalhe é que esses horários calculados são aproximados e variam um pouco, para mais ou para menos. Se a sua cidade estiver na região entre trópicos, tente descobrir quais os dias e os horários de ocorrência do Sol vertical, a cada ano.
Nós vemos a Lua passar do lado leste para o lado oeste do céu, mas o movimento dela ao redor da Terra ocorre no sentido contrário. A razão disso é que nós deixamos a Lua para trás na nossa corrida de oeste para leste, porque giramos ao redor da Terra em apenas 24 horas. Como a Lua precisa de muito mais tempo para completar a volta, ela vai ficando atrasada em relação a nós, observadores da superfície terrestre em movimento.
Para observarmos o movimento verdadeiro da Lua, na prática, precisamos parar a rotação da Terra. Um bom modo (aproximado) de se fazer isso é observar o céu sempre num mesmo horário, em dias consecutivos. Fazendo isso, veremos que, a cada dia que passa, a Lua estará mais deslocada para o lado leste do céu. Portanto, ela se movimenta do lado oeste para o lado leste, no mesmo sentido da rotação terrestre.
O lado que está atrás da Lua e que não pode ser observado da Terra é o lado oculto da Lua, não o seu lado escuro, o qual varia com o tempo em função da incidência da luz solar. Na Lua Nova, o lado oculto da Lua está todo iluminado. Na Lua Cheia, o lado oculto coincide com o lado escuro.
Devido ao fenômeno das librações, podemos ver um pouco mais da metade da superfície lunar, cerca de 59%, mas somente quem viajou ao redor da Lua pôde ver diretamente as regiões situadas nos outros 41% de sua superfície.
Algumas pessoas pensam que a sombra da Terra participa do fenômeno das fases da Lua. Elas acham que a parte escura que vemos na Lua é causada pela sombra da Terra, mas o que faz uma parte da Lua ficar escura é o fato de o Sol não conseguir atingi-la. A sombra da Terra atinge a Lua somente durante os eclipses lunares, que ocorrem sempre numa Lua Cheia.
Tendo a Lua uma forma esférica, o Sol somente consegue iluminar uma metade dela. A outra metade vai ficar no escuro (noite lunar). Dependendo da posição da Lua em relação à Terra e ao Sol, podemos ver muito, pouco ou nada dessa parte escura. É isto que dá à Lua os diferentes aspectos apresentados a nós durante cada lunação.
A Lua tem um movimento de rotação em torno de si mesma. O tempo gasto para completar uma volta coincide, por razões físicas, com o tempo que ela gasta para completar uma volta ao redor da Terra. Por isso, uma de suas faces fica sempre voltada para nós. Se a Lua não tivesse movimento de rotação, poderíamos ver toda a sua superfície a cada volta que ela fizesse em torno da Terra.
A Lua não é uniforme em seu interior. Algumas partes são mais densas. Com o tempo, a parte mais "pesada" ficou voltada para a Terra, ou seja, a Terra capturou a sua rotação, que agora ocorre de forma sincronizada.
Não existe ar na Lua, mas o astronauta não flutua lá. Ele tem peso, embora seja cerca de seis vezes menor do que aquele que ele tem na Terra. O que determina o peso do astronauta é sua massa e a massa da Lua. Isso nada tem a ver com o fato de existir ou não ar na superfície lunar.
Numa viagem pelo espaço, com os motores desligados, os astronautas flutuam dentro da nave cheia de ar. Deixando o ar sair todo, eles vão flutuar do mesmo jeito. Num planeta com atmosfera, os astronautas não flutuam. Tirando a atmosfera do planeta, eles vão continuar pesados, sem flutuar.
Muito errado. Podemos ver cinco planetas a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. O problema é que as pessoas olham para o céu à noite e acham que todos aqueles pontinhos brilhantes são estrelas. Alguns não são. Mas os alunos são obrigados a memorizar os nomes dos planetas enquanto quase ninguém os mostra lá fora nem informa que alguns deles podem ser vistos sem o auxílio de instrumentos ópticos. Mas, se a gente pensar um pouco, vai perceber que, como os nomes desses cinco planetas foram dados pelos povos antigos, é porque eles já os conheciam, há milhares de anos, quando os telescópios ainda não existiam.
Os planetas que estão além de Saturno não são visíveis a olho nu. Urano pode ser visto com um binóculo. Netuno se revela bem através de uma luneta de astrônomo amador. Somente o polêmico Plutão exige o uso de um telescópio de qualidade profissional.
Mas, como foi que os povos antigos perceberam que alguns daqueles pontos luminosos eram diferentes das estrelas? A resposta é simples: eles observavam o céu, coisa que pouca gente faz hoje em dia, na era da conquista espacial, quando estamos iniciando a exploração do Sistema Solar. Eles perceberam que os desenhos formados pelas estrelas eram sempre iguais. Elas pareciam presas à esfera celeste. Apenas uns poucos astros eram soltos, com movimentos independentes. Estes foram chamados de planetas. O Sol e a Lua, por serem também livres, foram incluídos no mesmo grupo. A Terra não era reconhecida como sendo um dos corpos celestes.
Localize um planeta de movimento rápido, como Vênus ou Marte. Fotografe ou desenhe a região do céu onde ele se encontra, para registrar as estrelas. Repita o processo, pelo menos uma vez por semana, e note como o planeta tem um movimento complexo e independente do desenho das constelações ao fundo. Observe as conjunções entre planetas, quando dois ou mais deles são vistos na mesma região do céu. Note como o desenho que eles formam varia de um dia para outro.
O planeta Vênus brilha tanto, em certas épocas, que pode ser visto facilmente a olho nu durante o dia, no azul claro do céu. O melhor modo de localizá-lo nessa situação é esperar por uma conjunção dele com a Lua. Nosso satélite natural serve como referência de posição e facilita a tarefa de encontrar o planeta.
Vênus costuma assustar os menos informados, quando aparece durante o dia, sendo logo confundido com um disco voador. Algumas emissoras de TV vêm correndo para fazer reportagens sensacionalistas, nas quais verdadeiras atrocidades da desinformação são cometidas. Logo aparecem nas filmagens os "especialistas", com suas teorias para explicar a invasão da nossa atmosfera pela frota de naves alienígenas. Mesmo quando Vênus se mostra à noite, nas épocas de brilho máximo, o medo também se espalha pela população leiga. Muita gente acha que algo anormal está acontecendo e que é prenúncio de desgraças.
Certa vez vi uma reportagem que mostrava o planeta Vênus durante o dia, de modo incontestável, tanto pelo horário e posição quanto pela descrição das testemunhas oculares. Quando escureceu, o cinegrafista aprontou uma festa inacreditável. Ele movia a câmera, fazia zoom e desfocava a imagem, atribuindo tudo isso ao próprio objeto "misterioso". Em uma das desfocalizações, até mesmo os parafusos da lente apareceram e foram narrados como protuberâncias do disco voador. É doloroso ver isso acontecer, quando nossa população tanto precisa de informações de qualidade.
Os planetas são maiores do que suas próprias luas. Mas nada impede que uma lua de um planeta seja maior do que um outro planeta. Por exemplo, Ganimedes, uma das luas de Júpiter, é maior do que o planeta Mercúrio.
Plutão costuma estar mais distante do Sol do que Netuno, mas, por causa da excentricidade de sua órbita, há épocas em que ele fica mais próximo do Sol, deixando Netuno em último lugar. Isto ocorreu de 1979 até 1999. Foram vinte anos, nos quais tivemos essa situação interessante. A partir de 1999 ele voltou a ser o último planeta e assim continuará pelos 228 anos seguintes, a menos que ele seja rebaixado a asteróide ou encontrem um novo planeta mais distante que ele.